Por Ana Campos

O ZOOUNAMA, único zoológico mantido por uma faculdade particular no Brasil, a UNAMA, possuí há nove anos o Projeto Peixe-Boi, um plano de reabilitação da espécie que está ameaçada de extinção, devido a sua caça pela carne e couro, além da destruição e degradação ambiental.

Com o projeto, mais de 100 mamíferos foram salvos na região. A maioria ainda chega filhote, presos em malhadeiras de pescas ou nas margens dos rios, na região de Aritapera, no Rio Amazonas. “Geralmente as mães são mortas e os filhotes, sem alimentos, ficam à deriva, com fome e expostos a pesca ilegal”, afirmou a médica veterinária do ZOOUNAMA Ianny Posiadlo.

Os animais são recebidos pelo zoológico, que cuidam, em tempo integral, desde a alimentação, até os possíveis ferimentos, em piscinas adequadas e preparadas para os peixes-boi, que são tratados por uma equipe de biólogos, veterinários e tratadores.

“Até os dois anos eles se alimentam apenas de leite. Uma mistura de leite em pó sem lactose, suplemento vitamínico e óleo, devido a oleosidade do leite da mãe peixe-boi”, explicou Ianny. Após esta idade, o capim é inserido a alimentação dos mamíferos, que são preparados para a segunda fase do projeto, que fica na comunidade de Igarapé do Costa, margens do Rio Amazonas.

Nesta etapa, os animais são levados de barco em colchões molhados até um tanque flutuante com tambores de madeira. Essa viagem dura aproximadamente uma hora, e é acompanhada por médicos veterinários, tratadores e pelo Corpo de Bombeiros. “A segunda fase é chamada de aclimatação. Nela, os animais vão se adaptar à água corrente, às ondas e à turbidez das águas. Tudo diferente do que era no zoológico”, citou o veterinário do zoológico Jairo Moura.

Os mamíferos ficam aproximadamente um ano na aclimatação e diariamente os tratadores acompanham a adaptação dos animais. Após este período, os peixes-boi vão seguir para a terceira e última fase do projeto, que está sendo implementada pelos médicos veterinários, a soltura.

Hoje, o projeto conta com seis animais na aclimatação e que estão sendo preparados para a soltura. Eles serão devolvidos à natureza com a colocação de um raio transmissor (chip), para que assim, a equipe do zoológico possa acompanhar o comportamento dos peixes-boi. “Após a soltura, vamos poder observar como os mamíferos vão se adaptar ao seu verdadeiro ambiente”, citou Ianny.

O Projeto Peixe-Boi do ZOOUNAMA é o único mantido por uma faculdade particular no Brasil, além de também ser o único na região Norte do Brasil.